terça-feira, 18 de dezembro de 2007

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Frio e sono

Minha mãe dizia que se um namorado me visse vestida para dormir no inverno e ainda continuasse comigo, era prova de amor verdadeiro. Ela nunca se conformou com as minhas roupas de dormir dessa estação. Eu sempre senti muito frio e quando era pequena não media esforços para me esquentar. Dormia com camadas e mais camadas de roupas, com meia por cima da calça, até gorro eu usava. E quando descia as escadas da sala era uma gargalhada geral lá em casa. Mas tudo bem, estava tudo em família.
Agora que aqui está fazendo 4 ou 5 graus percebi que não mudei muito. Ando parecendo uma cebola na hora de dormir e ainda arrasto para todo canto uma manta azul. O problema é que não está mais tudo em família.
Concordo que o inverno é a estação onde as pessoas se vestem melhor, que todo mundo parece mais chique. Ainda mais as mulheres. Mas pergunto: o que estas mulheres elegantes vestem quando chegam em casa e tiram a bota preta de cano alto, o sobretudo e o cachecol? Aposto que elas vestem um pijama quente, velho e se bobear uma pantufa bem horrenda. Já não é pouco o esforço que se faz durante o dia para estar bem vestida. Aguentar mais de dez horas um salto altíssimo, calças justas, blusas que obrigam a encolher a barriga na hora de sentar, etc..Pelo menos de noite, é preciso conforto. E no verão é fácil, conforto é estar quase sem nada. Já ninguém pensou que no inverno as pessoas continuam tendo namorados e maridos em casa. Ninguém criou o babydoll de lã, pelo contrário, criaram aquele macacão de bebê tamanho adulto. Este último é o fundo do poço, se aquecer tem limite!
Confesso que estou tentando melhorar e pelo jeito estou tendo ajuda. Pois apareceram dois aquecedores e um pijama xadrez de flanela bem bonitinho por aqui. Acho que tem alguma ligação com o visú que eu andava desfilando à noite. E agora, que a nossa casa anda quentinha já estou quase podendo usar pijaminhas de verão. O Rafa agradece.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Em exibição nos melhores cinemas

Ir no cinema aqui são 2 diversões. O intervalo de 15 minutos no meio da exibição, hora que cortam bruscamente a história para a galera ir fazer um xixi e as traduções dos títulos de filme. Com o intervalo já me acostumei, mas com os títulos ainda não. Confesso que as vezes preciso driblar o preconceito que algum me causa e ir assistir. Exemplo: “ Um azar do Caraças”, que vi neste mês, já quase saindo de cartaz. Com esse nome, é duro de se empolgar.
O engraçado é que quando converso com meu dupla sobre filmes, a gente nunca entende o que o outro está falando. Dá uma olhada aí embaixo e vê se é possível ter uma conversa normal:

Eu, Eu Mesmo e Irene = Eu, Ela e o Outro
Corra que a Polícia Vem Aí = Aonde é que Pára a Polícia
True Lies = A Verdade da Mentira
Entrando numa Fria = Um Sogro do Pior

O Poderoso Chefão = O Padrinho
Querem acabar comigo = Estás frito, meu!
Uma Noite Alucinante = A Morte Chega de Madrugada
Um Tira da Pesada = O Caça Policiais
Revelação = A Verdade Escondida
Arquivo X, O Filme = Ficheiros Secretos: O Filme
E o Vento Levou = E Tudo o Vento Levou
Encontros e Desencontros = O Amor é um Lugar Estranho
Piratas do Caribe = Piratas das Caraíbas
Agente Teen = Cody Banks - Agente de Palmo e Meio
Ghost - Do Outro lado da Vida = Ghost - O Espírito do Amor
Planeta dos Macacos = O Homem que Veio do Futuro
Debi & Lóide = Doidos à Solta
Driblando o Destino = Joga como Beckham
Tudo que Uma Garota Quer = O que uma Rapariga Quer
A Identidade Bourne = Identidade Desconhecida
A Noviça Rebelde = Música para o Coração

Este último é motivo de muita risada por aqui, eles acham "A Noviça Rebelde" título de filme pornô.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Precisando de um álibi?

Foi aqui que ouvi pela primeira vez sobre um tipo de “serviço” que se contrata pela internet. Esse serviço vende álibi para qualquer ocasião. Mas é especialista mesmo em álibi para mulheres e homens que querem trair seu parceiro. É simples, você entra em contato com essa empresa e passa informações sobre o seu tipo de trabalho e para quantos dias você precisa de um álibi. E aí eles inventam e mascaram muito profissionalmente a sua mentira. Por exemplo, se você for médico, enviam para a sua casa um convite para um congresso em outro país e ligam confirmando a sua presença (nessa hora convém a traída atender a ligação). Depois, pode viajar com a sua amante descansado. Porque você volta para casa com material do congresso, com recibos de hotel inventado e até com foto sua em ponto turístico da cidade que você nunca esteve. Se precisar eles criam até site do hotel. E se caso a chifruda ligar atrás de você, uma recepcionista pega o recado e depois te avisa que é preciso retornar a ligação. E segundo li, não é só homem que usa esse serviço não. Muitas mulheres portugas já utilizam esse meio. O que pode diminuir a taxa de divórcios. Por aqui, 50% dos casamentos acabam em final infeliz.
O que não é novidade nessa história é o Photoshop à serviço do inferno. Depois de deixar até a Hortência gostosa, agora engana todo mundo mais uma vez. O que é uma montagem bem feita!
Por enquanto, tudo o que posso dizer é que o melhor nessas horas é namorar ou casar com alguém da mesma área. Imagine se em casa chega um convite para o Festival de Cannes em pleno novembro? Helooooo, nessa aí não caio não. Vão ter que arrumar uma desculpinha melhor.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Muito prazer, meu nome é Luciana

Morar aqui tem causado algumas mudanças na minha personalidade. Não sei se passageira, espero que sim. É que aqui a gente lida com uma rispidez maior todos os dias. Das pessoas do balcão da padaria, de qualquer tipo de serviço por telefone, dos portugueses em geral.
E eu que sempre fiz de tudo para não entrar numa briga, que sempre fui da paz, me pego em situações completamente bizarras. Onde a Luciana de antes jamais estaria. Vou contar o que aconteceu ontem. Admito que tenho até uma ponta de vergonha.
Eu e o Rafa estávamos voltando de um jantar. Paramos o carro em frente à nossa garagem mas tinha uma lata de lixo impedindo a entrada. O Rafa desceu para tirar a lata, mas nisso, chegou um carro atrás do nosso e começou a buzinar muito, pra gente ir logo e ele passar. O Rafa se irritou (era tipo 1:30h da madruga) e voltou lentamente para o carro. Nisso o carro de trás tomou distância, foi para a frente e bateu no nosso. Gente!! Na mesma hora, eu saí do carro por um lado, o Rafa pelo outro. Ele foi pra cima do cara e eu comecei a chutar o alfa romeu dele (de salto alto, chiquérrima) e a gritar descontroladamente. Eu xingava o cara de louco, idiota, imbecil e chutava loucamente a lataria do carro. Eram 2 caras, que acho, estavam meio bebinhos, mas eles ficaram sóbrios na hora. O mais velho, tentando acalmar a gente, pedindo desculpa e dizendo que não tinha acontecido nada no nosso carro. E o mais novo que estava dirigindo e era metade do Rafa, pedindo para eu parar de chutar o carro dele. Eu gritei tanto que meu prédio todo acordou. As janelas começaram abrir, as luzes acenderam e eu lá, saindo do corpo. O Rafa não deixava o baixinho se aproximar de mim e ele desesperado porque eu não parava de chutar todo o carro dele. Sei lá, baixou a louca! Eu assustei todo mundo, inclusive o Rafa, que confesso, me parabenizou depois. E assim que eles foram embora, a gente desatou a rir durante uns 10 minutos. Não acreditando na minha atitude! E depois mais 10 minutos rindo, imaginando a Dona Madalena, nossa vizinha, contando os minutos para amanhecer e fofocar o que os loucos do 4º andar fizeram durante a madrugada. Detalhe: nosso carro não amassou nada, já o deles..hauhahauaha (risada maligna)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O tanque e o varal

Aqui é supercomum colocar toda a roupa para secar no varal. Só que o varal sempre dá para a rua. E ninguém tá nem aí se aquela calçola tamanho extra G tá aparecendo. Ou aquela camisola velha e desgastada. Aliás uma curiosidade: aqui calcinha se chama cueca. Uma coisa que não acostumo! Ainda bem tenho namorado brasileiro, já imaginou um portuga dizendo que você fica linda com essa cueca nova? Bom, mas voltando ao assunto. A roupa no varal não seca tão facilmente em determinadas épocas do ano, e aí elas ficam expostas na rua 2, 3 dias. Meio que tem que desencanar de cheiro de roupa limpa. Então, para evitar esse problema, compramos uma máquina de lavar e secar. E aí nossa roupa nunca ficou exposta para qualquer pessoa na rua. E com a máquina achei até que tinha eliminado um outro problema: a falta do tanque. Nenhuma casa aqui tem, é a coisa mais rara. E quem diria que um dia eu ia sentir falta de um! Mas me deixe explicar:
Aqui as ruas são LOTADAS de cocô de cachorro. É algo fora do comum, você tem que caminhar na rua olhando para o chão. E direto vejo aquela borrada de quem pisou e saiu esfregando o sapato para tentar limpar. Sempre penso quando vejo isso: a pessoa chega em casa e faz o quê? Não tem tanque para lavar essa nojeira. E aí? Bom, isso aconteceu comigo essa semana. Depois de 8 meses aqui atenta ao chão, aconteceu. Pisei no cocô. Amaldiçoei o dono do cachorro. A minha sorte é que foi de leve e meu azar é que eu tava indo pra casa. Não tinha o dia todo para tentar limpar aquela merda. Cheguei em casa e tirei o tenis do lado de fora. Deixei lá até o dia seguinte quando ia pensar o que fazer. Me recusei limpar ele na banheira ou no bidê. Resumindo, saí com ele no dia seguinte e limpei na rua. O ó. Mas se soubesse o endereço do dono do cachorro limpava lá, na porta dele.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Hora do almoço

As vezes até sobra um tempinho para tirar fotos...

Olha que coisa mais linda...

Amigo é aquele que não tenta te tirar do vício. Pelo contrário, dá uma forcinha..Obrigada Pati e André!!

Algumas vezes já passei perrengue de não conseguir abrir um vinho. Me lembro muito bem de 2 vezes. Uma foi com a Helena, quando a única garrafa de vinho que a gente tinha para acompanhar um jantar maravilhoso que ela tinha feito, resolveu não abrir. O mais bizarro é que partiu o abridor, não a rolha. Ficou lá enfiada na rolha aquela parte que enrosca, sem termos por onde puxar. Até chave de fenda rolou.
E da outra vez com a Marilu e a Camila. A rolha partiu e fizemos tanta força, que quando a outra metade dela saiu, saiu também meio conteúdo da garrafa. Tingindo de vinho as nossas roupas e uma grande parte da parede do meu apê.
Mas agora tudo isso é parte do passado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Minúsculo

Quando estava procurando um apartamento para morar vi o menor box para tomar banho da minha vida. Era um cubículo que para entrar você tinha que colar as palmas da mão na lateral do corpo com os braços retos. E para se ensaboar só Deus sabe! Ele era na verdade um buraco estreito no meio de uma parede. Um horror. Lembro que o apartamento era lindo, em Alfama (o bairro mais antigo daqui), com uma vista do Tejo da varanda que circundava metade do apê. Uma coisa! Mas enquanto o Rafa olhava o restante da casa, eu ficava parada olhando fixamente para aquele box, pensando: “eu não vou conseguir, eu não vou conseguir”. Era claustrofóbico. E aí, deixamos o apê pra lá em nome da higiene diária e indispensável: o banho de todos os dias. Que eu definitivamente não ia conseguir fazer ali.
Mas porque eu lembrei disso: na sexta-feira fui numa médica que ficava no terceiro andar de um edifício antigo. Quando abri a porta do elevador, fechei imaginando um engano. Foi tão automático! Nem pensei na hora, só fechei a porta e comecei procurar o elevador mesmo. E vi que não tinha opção. Era aquele. Na verdade, era o box daquela casa, só que ele subia e descia e o pior de tudo: fechava porta!!!! Juro, era tão pequeno, só cabia uma pessoa. Não tinha espelho, era o menor elevador do mundo, o mais estreito. Fiz o improvável, resolvi ir nele mesmo. Ele era tão lento que durante o caminho eu só pensava na reportagem aí de cima, que tinha lido há um tempo atrás. Quando finalmente cheguei no terceiro andar, a porta começou abrir e o que eu via era a textura de uma parede. Minha perna amoleceu, quase comecei a gritar, quando percebi que era a porta do andar, mas com textura de tinta de parede. Pegadinha feia!
Bom, nem preciso dizer que no fim da consulta desci pela escada. Aliás, como devem fazer todas as pacientes grávidas da minha ginecologista. Porque depois dos 3 meses duvido que alguma delas caiba lá.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O armário

O engraçado de morar com namorado é descobrir uma série de coisas sobre você mesma que nem se dava conta. Quando meus pais me diziam que o meu quarto estava um horror de bagunça, que quando eu secava o cabelo, ficava um monte na pia, confesso que não ligava muito. Porque sei lá, você não vai achar nunca que está incomodando o suficiente os seus pais para eles sairem de casa ou pedirem pra você sair. Não, calma, não que isso tenha acontecido comigo e com o Rafa, mas desagradar um namorado, é diferente de desagradar pai e mãe. Porque vira uma discussão que vira um problema. Quando seus pais te mandam voltar lá e recolher a sujeira ou arrumar a bagunça, você fala uns palavrões e vai. Já se é o seu namorado pedindo, peraí! Qual é? E o pé sujo no sofá e a toalha molhada que ele largou..vixi, não acaba mais.
É claro que quando eu e o Rafa fomos morar juntos, apareceram um monte de mini-defeitinhos escondidos. E admito, os meus eram bem maiores. Porque eu sou mais bagunceira que ele, mais estabanada e mais desorganizada. E o meu maior obstáculo em arrumação é o meu guarda-roupa. Nunca tive um que ficasse arrumado por mais de 2 dias. Mesmo quando a Elza, minha personal-organizadora-de-armário ia lá em casa, dobrar, passar e fazer milagrosamente toda a roupa caber dentro dele novo. E aqui em Lisboa, com o figurino pela metade (só trouxe 2 malinhas) mas também com armários pela metade, tudo continuou exatamente igualzinho ao Brasil. Uma bagunça de abrir a porta e correr o risco de ser esmagado por um casaco Zara.
E foi com a crença de alguém que dá dinheiro para bêbado comprar pão, que o Rafa deu um armário inteirinho só pra mim. Para eu poder organizar a minha bagunça. Ninguém tava botando uma fé que eu ia manter aquilo organizado. E tá impecável até agora.
Mãe, já faz quase 1 mês. Tá orgulhosa?

sábado, 24 de novembro de 2007

Lá fora é outono...

mas aqui dentro continua primavera.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Maior abandonado no telejornal


Telejornal aqui é uma coisa à parte, como demonstra esse vídeo acima.
Mas o lance mais comum é a falta de notícia na tv. Eles possuem não sei quantos telejornais por dia, mas não tem nada para dizer. Não acontece muita coisa por aqui. É sério! A primeira vez que me deparei com isso foi almoçando com um amigo nosso que é diretor de um telejornal. Do terraço onde estávamos, vimos um aviãozinho passar muito baixo, e o garçom comentou que viu um cair assim. O nosso amigo pegou a conversa andando e saiu da mesa para falar ao celular. Voltou depois e disse que já tinha avisado o pessoal da redação. Só depois ele percebeu que o avião não tava caindo, só estava muito baixo. Por aí dá para ver que a sede de notícia é grande.
Porém, o mais bizarro foi a cobertura integral da travessia da ponte Vasco da Gama por ciclistas. Foi uma ação que as pessoas pagavam 50€ , participavam da travessia e levavam as bicicletas para casa. Foi muita gente, até o Felipe Escolari, e deu o maior congestionamento. A travessia da ponte que tem 17km foi muito lenta, algumas pessoas sentavam do lado da bike e esperava descongestionar. E a repórter lá, fazendo perguntas durante 2 horas e cacetada de transmissão. E num determinado momento, ela perguntou para um ciclista adolescente:
a repórter: Conte-me lá, você treinou muito para atravessar 17 km?
o garoto: Sim.
a repórter: Como?
o garoto: Andando de bicicleta.
Nessa hora eu desliguei a tv.
Mas as vezes aqui é assim, telejornal e programa humorístico passam na mesma hora.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Um pingo de alegria

Hoje acordamos e não estava chovendo. Felizmente para mim que vou a pé trabalhar e infelizmente para os chinas que vendem guarda-chuva nas esquinas por 5€. Uma porcaria, só nessa semana quebrei dois.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vivendo e aprendendo

No Brasil eu não estava acostumada a ver tantos idosos sozinhos andando pela rua. Aqui tem vários deles cheios de sacolas, carregados de compras, guarda-chuva e alguns tão corcundas que mal se vê o rosto, só os cabelinhos brancos. E quanto mais ando por essas ruas, agora em época de chuva então, que estão escorregadias, mais me impressiono com eles. Me parecem destemidos, menos frágeis. São velhinhos diferentes dos que estamos acostumados.Talvez por ter convivido com menos idosos e a minha referência ser meus avós fofos, estranho quando vejo aqui uns velhinhos folgados, abusados mesmo! Na cara lavada!
Fomos um dia, eu e o Rafa, numa ópera que seria dentro do Museu dos Coches. Era gratuita. E quando chegamos na porta tinha uma fila razoável. Estava um sol forte e vários idosos que estavam ali de pé começaram a procurar uma sombra na parte mais adiante da fila. Até aí tudo bem. Mas quando a fila andava, meio como quem não quer nada, eles se enfiavam nela ali mesmo. Fazendo a maior confusão. Eles sabem que não é argumento suficiente ser idoso, quando o objetivo é passar na frente de outro tão idoso quanto. Então, eles sacaneiam uns aos outros mesmo. Até acho que eles deveriam entrar antes, mas não tem como abrir exceção, senão 90% da fila teria o mesmo direito.
Depois, quando era a nossa vez de pegar o ingresso, um casal de idosos pediu para passar na nossa frente, pois não iam à ópera e sim à exposição do museu. Quando passaram, o homem da bilheteria perguntou se eles iam mesmo ao museu. Disseram que sim e entraram. Quando começou a ópera os dois estavam sentados do nosso lado.
Mas sabe o que é? Eles são a maioria aqui. Eles que mandam. E é melhor que nenhum deles esteja lendo esse post.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O sabor da vitória

Metade das pessoas aqui torcem pelo Benfica e a outra metade pelo Sporting. Mas o time adotado pela maioria brasileira que vive aqui é o Belenense. Um time que digamos, não dá muitas razões para se orgulhar. Fomos há uns meses atrás assistir um jogo do Belenense no estádio. E simplesmente não dá para vestir a camisola do time, como eles dizem aqui. O que eu entendo de futebol? O suficiente para saber que a bola tem que estar mais tempo no campo de ataque do que da defesa. Mas parece que o Belenense, naquele dia pelo menos, tinha se esquecido disso. Nos 90 minutos houveram umas 2 tentativas de chute à gol. E aí, eu e o Rafa percebemos que esse definitivamente não ia ser nosso time do coração. Começamos então a torcer por outra coisa: para o homem que vendia as queijadinhas de Sintra passar perto da gente na arquibancada. E depois para chegar logo o intervalo para comer o cachorro-quente. E depois para o jogo acabar logo para irmos comer os pastéis de Belém. A gulodice era tanta que quando deu os 90 minutos levantamos e fomos embora rapidinho. E sentadinhos lá, já com nossos pastéis de Belém na mesa, olhamos para a tv e vimos o Belenense ganhar a partida nos pênaltis que se seguiram. Nós nem sabíamos que era decisão. Foi vergonhoso! Realmente a única coisa de Belém que conseguimos ser fiéis é ao pastel mesmo!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Fim de semana

Fotos de Baleal onde fomos neste fim de semana. As casas são todas branquinhas e bem em cima do mar. Um bom lugar para se passar os fins de semana..

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Da areia

Todo mundo que me conhece sabe que eu não sou uma garota-praia. Mas desde que conheci o Rafa fui infinitas vezes mais à praia do que à balada. E para me incentivar, ele começou me dar aulas de surf no Brasil. Até prancha eu ganhei.
Tive que perder o medo do mar e de que algo desse errado durante o esporte. Existia uma lógica: surfar é sinônimo de cair. E cair com uma prancha pontuda amarrada no pé, é pra mim, sinônimo de se machucar. Bom, enquanto não aprendi ficar em pé na prancha, aprendi que ter medo de algo, é meio caminho andado para que aconteça. Logo no início, tomei uma pranchada na cabeça. Mas estava até evoluindo. Fiquei em pé uma vez, durante, deixe ver, uns 2 segundos! Mas quando viemos para cá, tive que enfrentar outro desafio: a temperatura da água. E até agora, nada! Tô sem coragem. Mesmo com roupa de borracha me dá arrepio. Afinal alguma coisa sempre fica desprotegida, a mão, a cabeça, os pés. E sol agora não tem mais. Para se ter uma idéia, os apetrechos de praia incluem: a prancha dele, a roupa de borracha, moleton dele, moleton meu felpudo, uma canga para deitar e outra para se cobrir. E uma câmera fotográfica, como dá para perceber neste post e no anterior.

sábado, 10 de novembro de 2007

( ) Rio de Janeiro ( ) Portugal

Se você olhar bem para a foto vai ver que não poderia ser o Rio de Janeiro. Já imaginou alguém em pleno novembro jogando futebol com roupa de borracha?

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Farofa chique

Tem coisas que só são consideradas normais na Europa. Tipo usar chapéu e fazer piquenique. No primeiro caso no Brasil vão te encher o saco e no segundo vão te chamar de farofeira. O piquenique já fiz aqui.
Foram só 2 vezes por enquanto. Na primeira vez foi num show de jazz numa praça em frente à Torre de Belém. Vi que tinha um tributo a Miles Davis e pensei que seria a oportunidade perfeita. Fiquei toda animada montando nossa cesta. Não era aquela cesta profissa que existe aqui. Que é linda, com garfinhos, pratinhos e taças tudo dentro daquele formato tradicional de cesta de piquenique de desenho animado. A nossa cesta foi uma bolsa de palha minha mesmo. Com queijos, com vinho e sanduíches de patê de atum..E aí que colocamos o pé na rua e estava garoando! Detalhe: não tínhamos carro nessa época ainda e íamos de bonde até à praça. Só que nossa vontade de fazer piquenique era tão grande que fomos mesmo assim. Otimistas, chegamos lá ainda com uma garoa fininha e nos instalamos embaixo de uma árvore. Visando um guarda-chuva ao invés de sombra, claro. Mas confesso que olhava para o lado e só via eu e o Rafa com uma canga (não tinha uma toalha xadrez ainda) estendida no chão. E não, não estávamos tão a vontade, afinal ainda tinha um preconceito enraizado em nós. Num determinado momento uma mulher começou a vir em nossa direção. Nós nos olhamos e falamos: “quer ver que ela vai dizer que não pode fazer isso aqui? Vexame total” Mas não, para nossa sorte ela era promotora de um chá que patrocinava o festival de jazz e ganhamos várias garrafinhas do tal chá, para complementar nosso piquenique.
A segunda vez, foi numa praia na Sicília. Compramos vários sanduíches maravilhosos em Agrigento e levamos tudo para uma praia meio deserta. Estendemos a canga novamente e mandamos ver!
Mas imagine um casal embaixo de uma árvore no Ibira num dia nublado cercado de sacarrolhas, garfos e queijos ou um casal numa praia usando a canga não para tomar sol, mas como toalha de mesa! Farofa total! Mas aqui não, é chique tá?

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A não-malandragem portuguesa

O que é mais sinônimo de malandro? Malandro, digo, no sentido que te enrola e tal? O flanelinha. Aquele cara que quando você pára o carro quer te cobrar por estacionar na rua. Diz que vai ficar de olho no carro e se manda. Ou cobra mensalmente a vaga da rua, como no caso de faculdades. É o malandro.
Mas aqui os flanelinhas portugueses estão muito atrás dos brasileiros. Passamos por 2 episódios que tenho certeza não aconteceriam no Brasil:

1. Fomos numa festa à noite e paramos o carro naqueles estacionamentos públicos que não se paga. Lá veio o flanelinha pedindo um troco para olhar o carro:
Flanelinha: “Não dá para pagar agora?”
A gente: “Não podemos pagar na volta?”
Flanelinha e a malandragem portuguesa: “É que eu tô indo embora já já.”

2. O Rafa estava estacionando o carro numa vaga apertada. Aí apareceu um flanelinnha para ajudar:
Flanelinha: - Vem, vem, vem, pode vir mais.
(som de batida)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Vinho de origem controlada

Quando chegamos aqui a primeira coisa que nos encantou foi poder beber vinho todo santo dia na hora do almoço sem consciência pesada. Afinal, a conta seria a mesma com vinho ou refri. Depois diminuimos essa frequência por outro peso na consciência: o job depois do almoço. Mas se tratando de jantar, todo santo dia bebemos vinho.
Ir no supermercado e ver aquelas prateleiras lotadas de vinhos que vão de 2€ até 10€ é uma felicidade. Mas, como vinho português pra gente era o Piriquita, acabávamos fazendo a seleção segundo o critério óbvio: preço. Pura injustiça! Existem vinhos ótimos que são baratos e vinhos de má qualidade, caros. Mas quem seria capaz de identificá-los para nós?
Tomás!!!!.
Tomás trabalha na Garrafeira Internacional. Um dia, eu, o Rafa e a Moniquinha entramos lá sem querer. E saimos cambaleando de tanto provar vinhos diferentes. Mas o melhor é que tivemos uma verdadeira aula sobre eles. E desde este dia, todo sábado de manhã eu e o Rafa vamos ao Tomás comprar os vinhos da semana. Passamos o verão com vinhos rosé e verde e agora estamos entrando nos tintos. Sempre provamos algo novo e só repetimos aquele que realmente gostamos. Posso dizer que este é um momento do fim de semana que eu adoooro.
Tomás ultimamente tem virado conselheiro de restaurante, de viagens, de tudo. Já nem sei mais se vamos lá para beber ou para conversar.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Visão de formiguinha

No nosso primeiro mês aqui ficamos hospedados no Ibis. E do lado tem um restaurante italiano, que nós fomos uma única vez naquele mês. O restaurante era mais caro do que as tascas que a gente normalmente almoçava e jantava, portanto era considerado luxo! Não sabíamos exatamente quanto o nosso salário valia e estávamos realmente economizando. Mas naquela época eu vivia desesperada atrás de massa em cardápio de tasca. O que era missão impossível. Portanto, naquela noite que fomos lá eu estava no céu comendo meu ravioli . Acho até que foi a noite mais feliz daquele mês. E a partir daquele dia, considerei o tal restaurante "O Italiano" de Lisboa.
Nunca mais tinha voltado lá, até segunda passada que decidimos ir jantar. Senti até um aperto. Foi inevitável não lembrar do começo esquisito aqui, morando no hotel numa área de Lisboa nada charmosa, nós dois e nossas 4 malas enfiados num quartinho e toda aquela ansiedade de trabalho novo, vida nova, saudade de casa e frio.
Mas quando chegou o prato, toda a nostalgia desapareceu. Levei um choque ao dar a primeira garfada: percebi que o molho de tomate era molho pronto!!! Com gosto de molho de latinha! Terrível!!
Foi uma decepção, óbvio, e uma alegria. Alegria porque se eu não tivesse começado cozinhar, e fazer meus molhos de tomate em casa, talvez nunca percebesse a diferença. Como não percebi da primeira vez. E alegria principalmente em perceber que o molho não era o mesmo, mas nós também não. Não éramos nem de longe o mesmo casal sentado lá. Não estávamos mais assustados, nem ansiosos e tudo parecia tão mais sereno do que da primeira vez, mesmo eu não me sentindo no céu a cada garfada.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Liberdade?

Não, eu não comprei um celular, ou telemóvel como eles dizem aqui. Sim, eu era aquela pessoa que quando acabava a bateria do meu celular no meio do dia, acabava também o meu humor. Mas nenhuma historia ilustra melhor a dependência que podemos criar deste aparelho do que a de uma amiga minha: a Lucélia. Estávamos eu, a Lu e Alice passando o reveillon numa praia. A Lu não largava o celular 1 minuto sequer. Tanto que quando deu meia-noite lá foi ela pular as 7 ondas com o dito cujo na mão. Só que lá pela 4ª onda, ele escapou das mãos dela e foi direto para as mãos de Iemanjá. A Lu ficou desesperada, resgatou ele do meio das ondas, mas lógico que já era.
Enfim, eu também já fui assim. Mas aí que aqui, enrolei, enrolei e não comprei um celular. E já acho que nem preciso mais. Mas o difícil não é me acostumar sem celular, são os outros se acostumarem comigo sem. Hoje teve uma reunião geral aqui na agência. E o meu diretor ilustrando um exemplo sobre como não vivemos mais sem tecnologia, perguntou: Alguém aqui não tem telemóvel? Eu nem levantei a mão, não precisei. Um monte de gente me apontou e disse: ela. Ele disse: ela! Tipo, olha que pessoa mais estranha!
Depois da reunião, a tia da cozinha, um amor, veio até me falar sobre o telemóvel dela, que era baratinho e tal...
Nem sei dizer porque não quero, mas não achei também nenhum motivo para querer. Acabei percebendo que simplesmente dá pra viver sem. Me livrei do vício e diminuí a chance de ouvir “tô” ao invés de alô.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Clube das lulus

Lisboa as vezes lembra Paris. Principalmente se tratando de garçom de tasquinha, os restaurantes típicos portugueses. Eles são sempre donos de uma personalidade fortíssima, um eufemismo para mal educado.
Quando chegamos aqui, ficamos hospedados 1 mês em hotel. E eu e o Rafa almoçamos e jantamos este tempo todo em tascas. A partir daí, criei um certo medo em relação a estes funcionários. Mas isso não quer dizer que eu não frequente estes lugares. Tanto que ontem, eu e a Lu, na decisão de iniciar um clube das lulus quinzenal, fomos numa tasca que a comida é boa, mas claro, os garçons tem personalidade.
E aí que nós duas tomamos um pito por ter estrangalhado um queijo inteiro. Na verdade nós tiramos toda a casca de um queijo couvert, de um jeito tosco, para só comer o miolo. O garçom parou, colocou a mão na cintura, balançou a cabeça e disse num tom mais elevado que o normal: "O que vocês fizeram com o queijo? Estragaram tudo. Agora vão comer". A Lu, num gesto automático, começou raspar mais um pouquinho do queijo que estava grudado na casca que descartamos. Mas meu, fala sério, a gente tomou bronca do garçom!! helloooooo!
Numa situação dessas, você pode escolher 2 caminhos: ser mais grossa que ele ou simplesmente rir de tudo. Nós rimos. A quantidade de sangria ingerida não permitia outra reação. E entre uma sangria e outra, percebemos que atrás daquela personalidade forte existia um coração. E eis que no final do jantar ganhamos flores do mal humorado e um pedaço de torta de chocolate totalmente free.
Antes de fechar as portas da tasca, teve a parte de considerar o garçom e de até tirar fotos abraçadas com ele, mas eu tenho vergonha na cara para não postar estas provas aqui.
O clube das lulus começou como deve ser, com o pé direito, na jaca.

Mudar de estação também tem seu lado bom

Desde que cheguei, este foi o pôr do sol mais lindo.

As flores da nossa casa

...sem contar comigo.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Manifestação bem atrás da minha casa


Será que devo me preocupar?

Fuso-horário

Os teatros começaram distribuir sua programação de temporada 2007-2008. Estamos veiculando uma campanha de volta às aulas.Todos os editoriais de revistas estão falando sobre energia para voltar com pique total depois das férias. Pois é, todo mundo pára no verão e volta agora no gás. Ou seja, parece que o ano virou.
Mas peraí!!! Que pique é esse??? É fim de outubro, algumas vitrines já tem papai noel. O ano tá acabando gente! Os clientes deveriam estar com o restinho da verba anual. Todos deveriam estar horrivelmente ocupados para decidir onde vão passar o ano novo.
Eu aqui sonhando em desacelerar, querendo entrar em ponto morto.
O lado bom é a não competição do calendário. Fui pedir para o meu chefe minhas férias de janeiro (olha como tô em pique de fim de ano) e ele disse: "Ah! Janeiro não vai ter problema, ninguém sai nessa época." Nada de rodízio de galera, nada de descobrir que algum espertão já pegou todos os dias de janeiro há 8 meses atrás.
Quem sabe eu não me adapto ao calendário? E quando voltar em fevereiro, me esforço para desacelerar já em maio e me preparar para as férias daqui. É, acho que acabei de fazer minha primeira resolução para o próximo ano.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Amizade

Nunca pensei tanto sobre amizade. Morar aqui, me faz confrontar muito com isso. Fazer amigos é uma coisa natural. Quando você vê, pronto! Aquela pessoa que você conheceu um dia no trabalho é de repente a sua melhor amiga. E você nem sequer se lembra como foi ficando íntima dela, simplesmente aconteceu.
O estranho de estar aqui é ser tão pontual o início de uma amizade. Afinal como as suas nova amigas são as suas únicas amigas, parece que tudo está debaixo de um holofote. E você percebe claramente o passo a passo da amizade. Que as vezes rola bem e as vezes nem vai pra frente. E dá saudade da falta de cerimônia, da desencanação, da despreocupação em ser educada. Afinal ser amigo não é ser educado, é ser amigo, porra!
Mas isso é pra dizer que ontem eu matei um pouco da saudade disso. Tive praticamente uma festa surpresa on line. Um monte de amigas que eu amo do outro lado, enchendo a cara, cantando parabéns pra mim e eu atônita aqui em Lisboa emocionada em frente ao computador. Querendo falar com todo mundo, perguntar dos rolos, namorados, historias, ver os cabelos novos, tudo....loucura!! Foi lindo, nem sei o que dizer ainda hoje. Obrigada meninaaaaaaaaaaaaaas.

Onde está a Lu?

Foto anual da Leo inspirada na capa dos beatles.

sábado, 20 de outubro de 2007

Agrigento e comida

Quem me conhece sabe que eu nunca cozinhei nada. Mas morar aqui em Lisboa longe da mamãe, ter tempo livre a noite, ter uma casa com forno e fogão e um namorado morando comigo me fez ao menos tentar. E aí eu gostei. Muito. Me vi de repente comprando revistas de culinária e com desejos estranhos como sovar massa para relaxar. Mas tudo isso é para explicar a minha alegria de ter uma aula de culinária de 5 horas no dia do meu aniversário. E ter simplesmente amado!
Em Agrigento ficamos hospedados numa fazenda que produz azeite de oliva extra virgem entre outras coisas. Quando o Rafa soube da aula de culinária e veio me dizer, fui logo me animando. Aliás, ele também se animou. Não para fazer, mas para depois ser minha cobaia.
Resumindo: aprendi fazer ragú, almôndegas com molho agridoce, sfumato, tomates recheados e torta de pistache. Tudo o que fizemos durante a tarde foi servido no jantar na fazenda. E a torta de pistache foi servida com uma velinha em cima ao som de parabéns pra você, quer dizer pra mim. Foi lindo! Um dia de aniversário perfeito, bem italiano: com comida e simpatia.

Nós na Sicilia

Depois de 1 semana na Itália é difícil voltar para qualquer outro lugar no mundo. E a pergunta que fica é por que. Por que os italianos são assim? Por que todos são tão absurdamente simpáticos, por que a comida é tão boa, por que tudo lá é tão lindo?
Estávamos em Licata procurando um restaurante que nem com GPS no carro conseguíamos encontrar. Paramos em frente a um bar com mesinhas do lado de fora. Sentados, estavam 2 homens de uns 40 anos. Perguntamos onde ficava o tal restaurante. Na hora, eles perguntaram se conhecíamos a cidade, quando dissemos não, eles simplesmente se levantaram, entraram num carro do outro lado da rua e disseram: nos siga. O Rafa começou achar que eles eram mafiosos. Iam nos levar num beco e nos apagar. Mas, que nada! Nos deixaram na porta do restaurante, disseram "buona sera" e foram embora.
Um dia antes estávamos numa praia e o Rafa estava tirando uma foto minha. Um casal passou e se ofereceu para tirar a foto. Uma hora depois ainda estávamos com o tal casal, na porta da casa deles, sendo convidados com insistência para comer um risoto al funghi.
E poderia aqui falar horas, do cara da funivia no Monte Etna, do casal da Sardegna no teleférico, do motorista em Catânia.
Eles tem alguma coisa que eu nunca vi em povo nenhum. Eu amo a Itália.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Bumbum

A Flávia, minha amiga, não se conforma quando alguém com mais de 10 anos fala bumbum ao invés de bunda. No caso, eu.
Mas aqui eu ainda acho muito estranho falarem cú (mais popular) e rabo (mais educado) e ser super normal!
A primeira vez que nos deparamos com isso foi na legenda de um filme, onde um treinador gritava pro atleta: Anda, mexe esse cú!
Mais 2 exemplos:
A mulher do meu dupla, no jantar de ontem me passando a seguinte receita: “Faço um frango muito fácil. Metes um caldo Knorr no cú. Uma cebola em cima. Um alho no cú. Uma rodela de limão em cima. Leve ao forno e já está.”
E o jeito mais educado aí na revista...



quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Pré-parabéns


Eu AMO fazer aniversário e sempre fico lembrando todo mundo o tempo todo. Pq nunca faço festa, mas quero muito que as pessoas lembrem!!
E aí que nesse ano vai cair no domingo. Mas por um engano do RH daqui, hj foi passado esse email aí em cima para a agência inteira..então desci do elevador e começaram cantar parabéns pra mim. Recebi abraços!! E não pára de vir gente aqui me dar parabéns!! Avisei que não era o dia, mas ninguém tá ligando muito. Depois que chegam na minha mesa, falam parabéns assim mesmo. Afinal vai cair no fim de semana.
E fora isso, para completar os parabéns adiantado, minha amiga Dé tem me mandado um email desse por dia, pq no dia 14 mesmo a gente não vai se falar.
Bom, tô longe, mas não posso reclamar que ninguém deu bola pro meus 29 aninhos!!!
Aliás só um parênteses: achei meu 1º cabelo branco.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Não chega de saudade


O Rafa já tá matando a saudade de alguma coisa que ele fazia no Brasil. Pegar onda. Agora com o carro, com uma roupa de borracha 3.2 ninguém segura mais a pessoa. E eu fiquei pensando o que da minha antiga rotina eu tenho mais saudade.

Café da manhã na casa da minha mãe (com pão francês em rodelinha na chapa com manteiga)
Café de domingo na vó

Clube da Lulu, nos tempos bons, qdo não era um sacrifício conciliar a agenda de meia dúzia de amigas

Almoço no Ora Pois em dia de semana com as amigas e com vinho branco

Pastel e tapioca da feira de domingo da Vila Nova Conceição

La Tartine
Pizza do Braz

Polpetone do Roperto

Café da manhã no Pain et Chocolate

6 ou mais mulheres bêbadas espremidas no meu antigo apê

Colcci em promoção na hora do almoço

Passeio de vespa

Karaokê da Liberdade, ôpa, teste pra ver se alguém tava distraído..Esse aí sem chance de ter saudade.

Feriado = Óbidos

Óbidos fica à 45 minutos de Lisboa.
É um vilarejo de casas brancas cercado por uma muralha medieval.
Um dos lugares mais bonitos que fomos aqui.
As pessoas tem uma simpatia de cidade do interior. Coisa que se deve valorizar por esses lados.

Detalhes medievais e floridos de Óbidos.


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Trânsito


As vezes venho trabalhar de bonde. Quando chove ou quando coincide dele passar bem do meu lado quando estou com preguiça. O trajeto de bonde dura menos de 10 minutos. Só que da última vez, fiquei parada uns 15 minutos sem sair do lugar. Porque, claro, bonde não desvia. E tinha um carro parado bem no meio do trilho. O carro estava esperando para entrar numa ruazinha que eu ainda não entendi como funciona, mas é uma ruazinha fechada. Não com uma cancela, mas com uns mini postezinhos que sobem e descem do chão. E para o postezinho descer é preciso pagar...Enfim, algum problema tava acontecendo, porque não liberava pro carro entrar e consequentemente pro bonde passar.
Todos os carros da rua começaram buzinar loucamente, os passageiros do bonde se irritaram. Alguns desceram e passaram pelo carro xingando o motorista. E toda essa bagunça e barulho me lembrou o cruzamento da Cidade Jardim com a Faria Lima que eu passava todos os dias de manhã. Com uma pequena diferença: o sorriso no meu rosto. Pegar um bonde ainda é tão novidade pra mim, que achei até graça de tudo isso.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Operação tapa-buraco


Em Várzea de Meruge - Serra da Estrela - a população cansou de
pedir para que consertassem os buracos da rua.

Então, decidiu plantar couves... e agradecer ao presidente.

Imagine se essa moda pega no Brasil?

Ex-funcionária do mês



terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sevilha

Acordamos no domingo de manhã, tomamos café no lugarzinho de sempre e lá fomos nós para Sevilha buscar o visto do Rafa.
E qual não é a minha surpresa quando no meio da viagem vemos uma cidade chamada Olhão? Como assim?


O Rafa quase me deixou lá, com os meus parentes.
Mas ainda bem, mudou de idéia. E assim, pude desfrutar Sevilha.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Já tá de bigode?


Todo mundo fica me perguntando aí do Brasil: O bigode já cresceu?
A verdade é que não vejo bigoduda por aqui não.
E acho que descobri o motivo: Dá uma olhada aí em cima no tamanho da palavra buço.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Funcionária do mês


Essa é a figura que mais trabalha aqui na agência.
Ela é a Tura, cadelinha do meu chefe. Como ele mora sozinho, ela vem trabalhar com ele todos os dias.
Ele tira férias, ela não. Quando ele estava viajando, deixou ela com um amigo da agência. Ou seja, ela continuou vindo trabalhar todos os dias.
Meu chefe adotou a Tura há uns 4 meses mais ou menos. E nós, aqui da agência, acompanhamos todo o processo de não aprendizagem dela. Quantas vezes, virei minha cadeira, e passei toda a rodinha numa poça de xixi. Mas xixi, tudo bem. Teve um dia que ela carimbou um número 2 no sofá da sala de reunião. Que até hoje, mesmo depois de limpo, só os clientes é que sentam lá, pois nem imaginam o passado literalmente negro daquele sofá. Tudo graças a Tura, a funcionária que não tira férias nunca.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Luca não pode

Conheci um produtor numa filmagem. E conversa vai, conversa vem, ele me diz que tem um filhinho de 9 meses. Mas que ainda não conseguiu registrar o nome.
Pergunto o motivo. E ele me explica que escolheu o nome Luca para o filho. Mas Luca não tem no livro. E portanto, não pode.
Agora me deixe explicar. Existe um livro aqui com todos os nomes “portugueses”. E se um nome não existir lá, é porque não pode ser dado a nenhum português. Para conseguir uma licença é preciso pedir uma aprovação. E é o que esse cara tava tentando fazer.
Mas a primeira resposta negativa que ele teve foi: “Não existe nome próprio masculino português que termine em a”
Só que no dia da filmagem ele estava superanimado com a notícia que saiu dizendo que o nome Atila já é permitido. Fazendo cair por terra o argumento que deram pra ele.
A notícia da novidade tá nesse link: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=244477
No fim, essa restrição faz com que haja muitos nomes repetidos. Eu já conheci uns 5 Gonçalos, umas 4 Marianas, mas em compensação, nenhuma Jordineusa.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Storyboard


O Rafa me liga e pede pra eu descer.

Na porta da agência tá ele com o carro me esperando.

Dou uma escapadinha do trabalho e vamos até Belém.

Brindamos o carro novo com pastéis!


Luz da tarde


Ontem todo mundo parou de trabalhar um pouquinho para ver a luz que abriu depois da chuva.