quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A cozinheira

Já deve estar disponível no Brasil, mas foi aqui que ouvi pela primeira vez sobre a Bimby. Tentar definir a Bimby, é como tentar identificar o super-homem no céu: "é um pássaro! não! é um morcego! não! é um jornalista disfarçado de herói.." enfim, sempre que alguém me define a Bimby é assim: "é uma panela! não! é um processador! não! é um robô! não..." Enfim, ela parece um processador, mas além de picar, ralar, descascar, amassar, pesar, emulsionar, a filha da mãe, cozinha. E atenção, se limpa depois. Eu nunca vi, mas dizem que é a coisa mais fácil: ela já vem com receitas, você joga os ingredientes num compartimento, depois acerta temperatura, velocidade e tempo, e aí vai pro sofá e vem buscar o prato pronto depois. Tipo o que seu namorado faz hoje em dia. Acho engraçado porque nunca vi tanto homem com desejo de ter uma super-panela. Hoje mesmo meu dupla veio falar dela como um sonho de consumo de 1000 euros. E sinceramente, não me interessei muito por essa compra não. Porque quando se tem uma panela dessas em casa, aquela máxima do comercial muda e os elogios não vão todos para você. E modéstia à parte, eu recebo vários aqui em casa pelo esforço de tentar fazer algo comestível e não estou a fim de abrir mão disso. De jeito nenhum!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Casamento

No sábado fomos no casamento da Karina, a nossa faxineira fofa. Estava marcado para as 20h. Como não conhecíamos ninguém, pensamos em passar por lá para dar um beijo na noiva e depois seguir para um show às 21:30h. Chegamos no salão onde ia ser a cerimonia e a festa no horário exato. E lá ficamos por mais de 1 hora. Não contávamos com o atraso da noiva, que foi de 1 hora e meia. Para passar o tempo, eu e o Rafa fomos tomar uma cerveja. Eis que no nosso primeiro gole, começamos ouvir alguém, que viemos descobrir depois ser um pastor, falar em um tom mais elevado.
- Quem liberou a cerveja? Não se pode consumir álcool antes do culto. Onde já se viu...
A portuga que nos serviu a bebida na mesma hora começou se defender, perguntando por que não podia servir cerveja, se o próprio noivo tinha pedido 2 garrafinhas um pouquinho antes da gente.
Viramos o foco da atenção.
Nessa hora devolvemos nossa cerveja para a portuguesa e fomos falar com o pastor que nos perdoou por não sermos evangélicos e portanto, não conhecer tais regras.
E nisso juntou mais gente se apresentando para nós, os infratores. O que naquela situação, com o show pra começar, dificultava muito nossa saída à francesa.
Enfim, alguns minutos depois, a noiva entrou no salão. Ficamos bem visíveis e fizemos um tchauzinho. E pela mesma porta, quando todos estavam com atenção na noiva, saí. Disse saí, não saimos. Fico ali fora, esperando o Rafa, e nada dele! Me arrisco a aparecer no salão de novo, e o que eu vejo é uma pessoa de costas falando alto (veja, a cerimonia estava começando) pedindo para fazer um pratinho com salgadinhos, pois não iria poder ficar para a festa. E quando o Rafa se vira, vejo um guardanapo lotado de coxinhas e risolis. E algumas cabeças, felizmente não a do pastor, viradas para nós. Aceleramos o passo para ainda pegar um pedaço do show, mas principalmente para desaparecer dali.
Acho que os patrões da Karina estão precisando de umas aulinhas básicas de etiqueta.

(o bolo da foto foi do niver do Rafa desse ano. A mãe dele encomendou. Dá para reconhecer a gente né?)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Tempo bom?

Hoje estava um dia lindo. Ensolarado. Vim tão feliz para o trabalho porque só estava com uma blusinha de manga comprida. E aí, abro o meu email e dou de cara com este "Comunicado de Proteção Civil"
Agora são 17:30h e está nublado. Será que ele está mesmo certo?

Parabéns

Quarta feira foi aniversário da Moniquinha. Teve muito caldo verde e vinho. A hora de cantar parabéns também foi totalmente à portuguesa. E eu confesso que me perdi um pouco na música. E hoje, procurando ela para postar aqui, encontrei essa versão completa. Segundo me disseram , a terceira estrofe é cantada só de vez em quando, geralmente por universitários. Ufa!


Parabéns a você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida

Hoje é dia de festa
Cantam as nossas almas
Para a menina Mônica
Uma salva de palmas

Então para a Mônica não há nada, nada, nada? (só uma pessoa)
TUDO! (todos)
então como é que é como é que é como é que é? (uma pessoa)
É! (todos)
efe erre à (uma pessoa)
frá (todos)
efe erre é (uma pessoa)
fré (todos)
efe erre i (uma pessoa)
fri (todos)
efe erre ó (uma pessoa)
fro (todos)
efffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffe erre u (todos)
fru (todos)
fra fre fri fro fru (todos)
quarriquarriquarri quá (todos)
quarriquarriquarri quá (todos)
xiribitatatatá (todos)
xiribitatatatá(todos)
urra urra urra (todos)
shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh (todos) [tipo a lançar fogo de artifício]
BUM! (todos) [fogo de artifício a explodir]
Tarataratatam (todos)
Foda-se! (todos)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Lisboa aberta

Foi duro acostumar almoçar entre 12h e 15:30h todos os dias. Inclusive nos fins de semana. Aqui os restaurantes abrem para o almoço, fecham durante a tarde e reabrem a partir das 18h para o jantar. Só que mais difícil do que se acostumar a isso é ter aquela fome depois da sessão da meia-noite do cinema ou depois de uma balada e não ter um lugar legal para ir. Tipo um Fifties ou Joaquins. Mas nada como a transformação de turista para nativa, para descobrir lugares em Lisboa que ficam abertos durante a madrugada.
Descobrimos um lugar chamado "Sítio dos Bons Amigos". E lá você pode jantar enquanto está amanhecendo. Já descobrimos que o Hard Rock Café do Rossio fica aberto até às 3h da madruga, assim como "O Galeto" do Saldanha. Este último lembra um pouco o bar Balcão de São Paulo, só que mais despojado. Porque eles vendem uns sapatos nos cantos do restaurante. Uma coisa assim meio estranha: sapato e comida no mesmo lugar. Aliás, foi esse o lugar escolhido para encerrar a noite de domingo depois do cinema. Tô começando a gostar desse jeito São Paulo de ser.

Lisboa, a terra da garoa

Lisboa ou São Paulo?

Lisboa, acredita? Não pára de chover!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O barato de Lisboa

A ida ao supermercado no Brasil tinha sempre 2 momentos tensos: a hora que o Rafa parava na seção de queijos e quando a moça do caixa duplicava nossa conta por causa de 3 ou 4 queijinhos importados. Mas foi numa conversa com a minha amiga Pati que pude enxergar a vantagem que é fazer supermercado aqui. O que significa, vulgarmente falando, comprar um produto "president" pagando preço de "pauli".
Ela me ajudou na listinha comparando os produtos da foto (so não achamos o emmenthal) e olha o que deu:

Geléia St. Dalfour - R$ 16,00 ou 2,45€
Manteiga La Motte - R$
9,14 ou 3,19€
A Vaca que ri 8 unidades - R$ 17,67 ou 1,69€

Azeite Extra Virgem Carm - R$ 42,90 ou 5,50€

Azeite Trufado Italiano - R$ 23,82 ou 7,50€


Total da comprinha no Brasil = R$ 109,53
Total da comprinha em Portugal = R$ 52,85 ou 20,33€

Nem todos os produtos são portugueses. Tudo bem que importar algo da França para cá é mais fácil e barato do que para o Brasil, mas mesmo assim, a diferença é muita.
Pati, se serve de consolo: é muito mais fácil fazer regime aí do que aqui.

Percebe o que eu quero dizer?

Há um tempo atrás perguntei para o meu chefe como andava a aprovação de um trabalho. E ele me respondeu assim: "Está tudo em águas de bacalhau". Depois de rir uns 10 minutos da frase, entendi que eu não tinha motivo para estar sorridente, afinal ele queria dizer que o trabalho estava completamente parado.
E várias vezes ouço expressões por aqui que não me dizem nada. Por isso, coloquei meu dupla na parede e traduzi as mais frequentes:

meter a pata na poça - fazer besteira
rir a bandeiras despregadas - gargalhar
partir a louça toda - ficar p da vida
gajo bota da tropa - pé rapado, tosco
meter o pé na argola - idem meter a pata na poça
deitar os foguetes antes da festa - comemorar antes da hora
sacudir a água do capote - se eximir de culpa
ser sol de pouca dura - coisa que passa rápido
esfregar as mãos em contente - comemorar
limpar o rabo antes da cagar - esse é óbvio...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Rio-Lisboa

Voltamos para casa! Depois de 2 semanas matando a saudade de todo mundo, voltamos para a nossa vidinha. Os últimos meses aqui foram difíceis. Frio, chuva, saudade demais. E aí ontem quando saí do aeroporto eu estava preparada para ser mais otimista. Para viver uma fase mais relax. Sem querer me estressar. E não é que passei no primeiro teste? Pegamos um táxi saindo do aeroporto. Por incrível que pareça o taxista estava sendo simpático com a gente, falando sobre o carnaval aqui em Portugal. E aí puxando assunto, o Rafa diz que com a quantidade de brasileiros morando aqui não é de se estranhar que exista carnaval. Quando o motorista responde na maior: mas brasileiro nem é do pior que anda aí (eu e o Rafa mudos)...e ele continua: ainda pior são os ucranianos, os cabo verdianos, fora os árabes. E continua o maior discurso racista que eu já ouvi na vida. Que só foi interrompido porque a rua da Quintinha chegou. Graças a Deus. E aí eu e o Rafa nos olhamos na porta de casa com as malas na mão completamente passados e foi quando eu me lembrei do filme “2 dias em Paris”. Onde numa cena bem parecida, o casal apaixonado do filme é expulso do táxi depois de discutir com um motorista racista. E pensei: porque no filme é tão engraçado e quando acontece com a gente não tem graça nenhuma? E aí começamos a rir.... Lisboa, voltei. E desta vez, de bom humor.