terça-feira, 30 de outubro de 2007

Liberdade?

Não, eu não comprei um celular, ou telemóvel como eles dizem aqui. Sim, eu era aquela pessoa que quando acabava a bateria do meu celular no meio do dia, acabava também o meu humor. Mas nenhuma historia ilustra melhor a dependência que podemos criar deste aparelho do que a de uma amiga minha: a Lucélia. Estávamos eu, a Lu e Alice passando o reveillon numa praia. A Lu não largava o celular 1 minuto sequer. Tanto que quando deu meia-noite lá foi ela pular as 7 ondas com o dito cujo na mão. Só que lá pela 4ª onda, ele escapou das mãos dela e foi direto para as mãos de Iemanjá. A Lu ficou desesperada, resgatou ele do meio das ondas, mas lógico que já era.
Enfim, eu também já fui assim. Mas aí que aqui, enrolei, enrolei e não comprei um celular. E já acho que nem preciso mais. Mas o difícil não é me acostumar sem celular, são os outros se acostumarem comigo sem. Hoje teve uma reunião geral aqui na agência. E o meu diretor ilustrando um exemplo sobre como não vivemos mais sem tecnologia, perguntou: Alguém aqui não tem telemóvel? Eu nem levantei a mão, não precisei. Um monte de gente me apontou e disse: ela. Ele disse: ela! Tipo, olha que pessoa mais estranha!
Depois da reunião, a tia da cozinha, um amor, veio até me falar sobre o telemóvel dela, que era baratinho e tal...
Nem sei dizer porque não quero, mas não achei também nenhum motivo para querer. Acabei percebendo que simplesmente dá pra viver sem. Me livrei do vício e diminuí a chance de ouvir “tô” ao invés de alô.

2 comentários:

Helena Cortez disse...

Engraçado, acabei de ler isso, e ainda estou balançando a cabeça concordando e pronto, contaram aqui do lado, e eu ouvi de canto de orelha uma história: catadores de lixo de rua tem o número do celular (tele-móvel) na carrocinha. Busca-lixo delivery...

ps. ele precisa mais que vc.

Anônimo disse...

Lu, vc realmente mudou muuuuuuuuuito!!! rsrsrsrsr