sexta-feira, 31 de outubro de 2008

E eu não estava com a máquina fotográfica

Há um tempo atrás nos indicaram onde comer o melhor prego (pão com filé) de Lisboa. Desde então, o Gambrino´s virou um dos nossos lugares preferidos. Ideal para sentar no balcão (nunca fomos no restaurante) pedir uma imperial e comer o tal prego delicioso ou um croquete de carne quente. Com a vantagem de poder fazer isso até 1:30h da manhã.
Ontem, eu e o Rafa fomos lá. E bem do lado do balcão, tem aquelas vitrines com camarões, ostras no gelo e lagostas. Estas últimas vivas, lógico. Só que ontem, estava tendo uma saída anormal de pratos de lagosta, porque elas eram pesadas e levadas constantemente para a cozinha. O garçom estava até tendo que tomar cuidado pra segurar a bandeja, pois as lagostas se debatiam o tempo todo.
Comecei ficar com muita dó das coitadas, que são mortas na água fervente. Até que vi que só sobrou uma na vitrine. Uma sobrevivente. Mas que deve ter sacado que não lhe restava muito tempo. Já que todas que foram levadas na bandeja nunca mais voltaram. E passado alguns minutos, uma menina que estava saindo do restaurante me cutuca e diz: “Avisa o garçom que uma lagosta está a sair pra rua”
Aiii, pára..tudo bem que eu ando emotiva, mas ela estava mesmo bem perto da porta já!!! E o garçom pegou a lagosta e jogou na vitrine de novo com a maior grosseria. Na hora de ir embora ainda dei aquela última olhadinha pra ela. E juro que a minha vontade foi enfiar a infeliz na bolsa.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fernando Pessoa


Nós nunca nos realizamos.
Somos dois abismos - um poço fitando o céu.

Burocracia

Continuando o post de coisas que eu não entendo por aqui.
Semana passada fui tirar o cartão da segurança social. Para isso, precisava de uma certidão que comprovasse que eu moro no bairro onde eu moro. Pensei: por que uma certidão? Uma conta de luz no meu nome serve como comprovante, não serve? Aqui não.
Duas assinaturas de testemunhas que morem no meu bairro, que sejam cadastradas na freguesia e que atestem que eu more aqui por escrito é que é o comprovante. Me vi em pãnico com mais essa burocracia de arranjar vizinhos amigos. E quando finalmente arranjei 2 santos dispostos a me ajudar, soube que eu não tinha nada do que reclamar. Pois, antigamente, esse "carimbo" que atesta que eu moro onde eu moro, era dado pelo dono da mercearia ou padaria.
O raciocínio era: se você compra em determinada vendinha com regularidade é porque você mora ali perto. Logo, você tem direito ao carimbo de morador do bairro.
Tá beeeem melhor agora, né?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Cuspir no chão


Não é possível os portugueses continuarem cuspindo no chão como se fosse normal. Puxar o catarro lá do fundo sem se importar que alguém completamente enojado esteja assistindo a cena, e cuspir no meio da calçada é muito bizarro. Ando sempre atenta para não pisar no cocô de cachorro nas ruas. Mas agora, além de me preocupar com a sola do sapato, tenho também que me preocupar com a parte de cima dele. Uma vez escapei por milímetros. Fiquei tão chocada que só consegui falar "QUE NOJO" bem alto.
Já vi senhoras cuspindo na rua também. E gente mais jovem não deixa de cultivar este hábito. Um amigo meu do trabalho, com menos de 30 anos, também admitiu que faz. E ainda tentou justificar com um “nem sempre estamos com um lenço no bolso”.
Com uma justificativa tão convincente, vou até parar de reclamar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O doce de Alcobaça

Eu ainda não conheço Alcobaça. É o lugar onde estão sepultados D. Pedro e Inês de Castro. A história deles é a coisa mais linda. E triste. D. Pedro se casou por questões políticas com D. Constança que tinha como dama de companhia Inês de Castro. Quando D. Constança morreu, D. Pedro, apaixonado, foi viver com Inês. Mas o rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro, não gostou nada da história e mandou matar Inês. Quando D. Afonso morreu, D. Pedro mandou matar os assassinos de Inês, desenterrou a amada e corou-a rainha.
Hoje eles estão sepultados de frente um para o outro no Mosteiro de Alcobaça. A Moniquinha e a Cris foram lá no sábado e trouxeram pra mim e pro Rafa os doces deles. Esse aí de cima é o doce D. Pedro. A Inês de Castro só não saiu na foto porque, como na história, morreu primeiro.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Menos da vida

A Mô descobriu uma escola de yoga do lado da nossa casa. Na época ela estava fechada para férias. Ficou assim durante 1 mês e meio. Quando reabriu, descobrimos que o horário da primeira aula era só às 9h da manhã. A Mô perguntou para a professora/dona se era possível ela dar uma aula mais cedo. E descobrimos que não era possível. Nem se arranjássemos uma turma nova para fazer nesse horário. A mulher simplemente não quer acordar mais cedo. Não importa quantas pessoas interessadas nesse horário aparecer. Não fez muito sentido isso pra mim. Por que raio a mulher não quer ganhar mais dinheiro? Mas depois, pensando, dei razão a ela. A vida dela vem primeiro, o horário confortável é esse. E nada de passar por cima disso por dinheiro nenhum. É o menos por mais. Trabalhar menos, ganhar menos, mas viver melhor. E ponto. Isso tem um lado negativo, porque vejo muito disso aqui. Economicamente falando, as coisas são meio estagnadas. Parece que não prosperam. Por exemplo, a maioria do comércio fecha mesmo na hora do almoço. Domingo, na Rua Augusta, a rua comercial mais turística daqui, não abre nada. Fica cheio de turistas lá, andando de um lado para o outro, com todas as lojas fechadas. É meio absurdo. Mas, por outro lado, acho que os portugueses precisam bem menos de terapia.

sábado, 11 de outubro de 2008

Novidades

Desde que vim pra cá perdi 3 casamentos de amigonas minhas. 3! Passei 28 anos no Brasil e não vi nenhuma amiga minha entrando de branco numa igreja. Parece que foi só eu vir, pra galera desencalhar. Com 2 delas consegui ao menos participar da lua-de-mel. O que foi um privilégio! Elas esticaram a viagem aqui pra Lisboa.
Mas além dos casamentos convencionais, tem uma que foi morar com o namorado. E outras que estão com namorados que eu nem conheço. Isso é a vida continuando lá e eu tentando acompanhar aqui. Mas definitivamente não é a mesma coisa.
Nessa semana, uma das amigas que casou, me deu a notícia que está grávida. Pelo skype deu pra ver como ela está feliz. E eu fiquei muito, muito feliz por ela. Só não sei se vou conseguir vê-la de barrigão.
Não queria estar tão longe sempre. Queria conseguir ir e voltar. Tomar um vinho no clube da lulu e acordar no dia seguinte na minha cama em Lisboa.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Doce de pessoa

As vezes os portugueses podem ser um pouco sem tato. Ou maldosos mesmo. Tipo criança, sabe? Que é sincera demais. E não é por mal, tem um quê de inocência. Eu vivi isso há um mês atrás, quando no meio da viagem dos vinhos com a Alice, tive uma alergia do além. Acordei no hotel de madrugada com o rosto coçando. Fui ver no espelho e estava toda inchada. Imagine eu, que sou zoiuda, com umas 3 dobras a mais nas pálpebras. E uma boca de negão. Eu e a Alice pegamos o carro, colocamos no gps o endereço do hospital que nos deram e fomos. Fomos para a cidade errada. O gps nos levou na rua certa, mas em outra cidade. 20kms depois, aí sim chegando no hospital, comecei falar pra Alice “Estou me sentindo melhor, sabe, Alice? Acho que não é nada.” Na verdade, eu queria acreditar nisso, já que o desespero estava começando a tomar conta de mim. Quase consegui me acalmar, quando uma pessoa da triagem do hospital me chama. E faz a seguinte pergunta:
- O que foi isso, minha senhora? Acidente?

domingo, 5 de outubro de 2008

Música na cidade

Sábado foi o dia de celebrar a música com concertos em várias praças da cidade. Nós saimos para tomar um café da manhã e acabamos assistindo a orquestra em frente ao Teatro São Carlos. Depois ainda fomos para outra praça ouvir um "piano a 4 mãos". Podíamos passar o dia todo ali, indo de um lugar para outro. A programação era intensa e para todos os gostos. Orquestra, coro, violino, piano, tudo. Adorei isso, música clássica para todo mundo.

Desenhos novos




Ilustrações minhas com textos de outra Luciana, a Lu Elaiuy.