terça-feira, 18 de dezembro de 2007

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Frio e sono

Minha mãe dizia que se um namorado me visse vestida para dormir no inverno e ainda continuasse comigo, era prova de amor verdadeiro. Ela nunca se conformou com as minhas roupas de dormir dessa estação. Eu sempre senti muito frio e quando era pequena não media esforços para me esquentar. Dormia com camadas e mais camadas de roupas, com meia por cima da calça, até gorro eu usava. E quando descia as escadas da sala era uma gargalhada geral lá em casa. Mas tudo bem, estava tudo em família.
Agora que aqui está fazendo 4 ou 5 graus percebi que não mudei muito. Ando parecendo uma cebola na hora de dormir e ainda arrasto para todo canto uma manta azul. O problema é que não está mais tudo em família.
Concordo que o inverno é a estação onde as pessoas se vestem melhor, que todo mundo parece mais chique. Ainda mais as mulheres. Mas pergunto: o que estas mulheres elegantes vestem quando chegam em casa e tiram a bota preta de cano alto, o sobretudo e o cachecol? Aposto que elas vestem um pijama quente, velho e se bobear uma pantufa bem horrenda. Já não é pouco o esforço que se faz durante o dia para estar bem vestida. Aguentar mais de dez horas um salto altíssimo, calças justas, blusas que obrigam a encolher a barriga na hora de sentar, etc..Pelo menos de noite, é preciso conforto. E no verão é fácil, conforto é estar quase sem nada. Já ninguém pensou que no inverno as pessoas continuam tendo namorados e maridos em casa. Ninguém criou o babydoll de lã, pelo contrário, criaram aquele macacão de bebê tamanho adulto. Este último é o fundo do poço, se aquecer tem limite!
Confesso que estou tentando melhorar e pelo jeito estou tendo ajuda. Pois apareceram dois aquecedores e um pijama xadrez de flanela bem bonitinho por aqui. Acho que tem alguma ligação com o visú que eu andava desfilando à noite. E agora, que a nossa casa anda quentinha já estou quase podendo usar pijaminhas de verão. O Rafa agradece.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Em exibição nos melhores cinemas

Ir no cinema aqui são 2 diversões. O intervalo de 15 minutos no meio da exibição, hora que cortam bruscamente a história para a galera ir fazer um xixi e as traduções dos títulos de filme. Com o intervalo já me acostumei, mas com os títulos ainda não. Confesso que as vezes preciso driblar o preconceito que algum me causa e ir assistir. Exemplo: “ Um azar do Caraças”, que vi neste mês, já quase saindo de cartaz. Com esse nome, é duro de se empolgar.
O engraçado é que quando converso com meu dupla sobre filmes, a gente nunca entende o que o outro está falando. Dá uma olhada aí embaixo e vê se é possível ter uma conversa normal:

Eu, Eu Mesmo e Irene = Eu, Ela e o Outro
Corra que a Polícia Vem Aí = Aonde é que Pára a Polícia
True Lies = A Verdade da Mentira
Entrando numa Fria = Um Sogro do Pior

O Poderoso Chefão = O Padrinho
Querem acabar comigo = Estás frito, meu!
Uma Noite Alucinante = A Morte Chega de Madrugada
Um Tira da Pesada = O Caça Policiais
Revelação = A Verdade Escondida
Arquivo X, O Filme = Ficheiros Secretos: O Filme
E o Vento Levou = E Tudo o Vento Levou
Encontros e Desencontros = O Amor é um Lugar Estranho
Piratas do Caribe = Piratas das Caraíbas
Agente Teen = Cody Banks - Agente de Palmo e Meio
Ghost - Do Outro lado da Vida = Ghost - O Espírito do Amor
Planeta dos Macacos = O Homem que Veio do Futuro
Debi & Lóide = Doidos à Solta
Driblando o Destino = Joga como Beckham
Tudo que Uma Garota Quer = O que uma Rapariga Quer
A Identidade Bourne = Identidade Desconhecida
A Noviça Rebelde = Música para o Coração

Este último é motivo de muita risada por aqui, eles acham "A Noviça Rebelde" título de filme pornô.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Precisando de um álibi?

Foi aqui que ouvi pela primeira vez sobre um tipo de “serviço” que se contrata pela internet. Esse serviço vende álibi para qualquer ocasião. Mas é especialista mesmo em álibi para mulheres e homens que querem trair seu parceiro. É simples, você entra em contato com essa empresa e passa informações sobre o seu tipo de trabalho e para quantos dias você precisa de um álibi. E aí eles inventam e mascaram muito profissionalmente a sua mentira. Por exemplo, se você for médico, enviam para a sua casa um convite para um congresso em outro país e ligam confirmando a sua presença (nessa hora convém a traída atender a ligação). Depois, pode viajar com a sua amante descansado. Porque você volta para casa com material do congresso, com recibos de hotel inventado e até com foto sua em ponto turístico da cidade que você nunca esteve. Se precisar eles criam até site do hotel. E se caso a chifruda ligar atrás de você, uma recepcionista pega o recado e depois te avisa que é preciso retornar a ligação. E segundo li, não é só homem que usa esse serviço não. Muitas mulheres portugas já utilizam esse meio. O que pode diminuir a taxa de divórcios. Por aqui, 50% dos casamentos acabam em final infeliz.
O que não é novidade nessa história é o Photoshop à serviço do inferno. Depois de deixar até a Hortência gostosa, agora engana todo mundo mais uma vez. O que é uma montagem bem feita!
Por enquanto, tudo o que posso dizer é que o melhor nessas horas é namorar ou casar com alguém da mesma área. Imagine se em casa chega um convite para o Festival de Cannes em pleno novembro? Helooooo, nessa aí não caio não. Vão ter que arrumar uma desculpinha melhor.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Muito prazer, meu nome é Luciana

Morar aqui tem causado algumas mudanças na minha personalidade. Não sei se passageira, espero que sim. É que aqui a gente lida com uma rispidez maior todos os dias. Das pessoas do balcão da padaria, de qualquer tipo de serviço por telefone, dos portugueses em geral.
E eu que sempre fiz de tudo para não entrar numa briga, que sempre fui da paz, me pego em situações completamente bizarras. Onde a Luciana de antes jamais estaria. Vou contar o que aconteceu ontem. Admito que tenho até uma ponta de vergonha.
Eu e o Rafa estávamos voltando de um jantar. Paramos o carro em frente à nossa garagem mas tinha uma lata de lixo impedindo a entrada. O Rafa desceu para tirar a lata, mas nisso, chegou um carro atrás do nosso e começou a buzinar muito, pra gente ir logo e ele passar. O Rafa se irritou (era tipo 1:30h da madruga) e voltou lentamente para o carro. Nisso o carro de trás tomou distância, foi para a frente e bateu no nosso. Gente!! Na mesma hora, eu saí do carro por um lado, o Rafa pelo outro. Ele foi pra cima do cara e eu comecei a chutar o alfa romeu dele (de salto alto, chiquérrima) e a gritar descontroladamente. Eu xingava o cara de louco, idiota, imbecil e chutava loucamente a lataria do carro. Eram 2 caras, que acho, estavam meio bebinhos, mas eles ficaram sóbrios na hora. O mais velho, tentando acalmar a gente, pedindo desculpa e dizendo que não tinha acontecido nada no nosso carro. E o mais novo que estava dirigindo e era metade do Rafa, pedindo para eu parar de chutar o carro dele. Eu gritei tanto que meu prédio todo acordou. As janelas começaram abrir, as luzes acenderam e eu lá, saindo do corpo. O Rafa não deixava o baixinho se aproximar de mim e ele desesperado porque eu não parava de chutar todo o carro dele. Sei lá, baixou a louca! Eu assustei todo mundo, inclusive o Rafa, que confesso, me parabenizou depois. E assim que eles foram embora, a gente desatou a rir durante uns 10 minutos. Não acreditando na minha atitude! E depois mais 10 minutos rindo, imaginando a Dona Madalena, nossa vizinha, contando os minutos para amanhecer e fofocar o que os loucos do 4º andar fizeram durante a madrugada. Detalhe: nosso carro não amassou nada, já o deles..hauhahauaha (risada maligna)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O tanque e o varal

Aqui é supercomum colocar toda a roupa para secar no varal. Só que o varal sempre dá para a rua. E ninguém tá nem aí se aquela calçola tamanho extra G tá aparecendo. Ou aquela camisola velha e desgastada. Aliás uma curiosidade: aqui calcinha se chama cueca. Uma coisa que não acostumo! Ainda bem tenho namorado brasileiro, já imaginou um portuga dizendo que você fica linda com essa cueca nova? Bom, mas voltando ao assunto. A roupa no varal não seca tão facilmente em determinadas épocas do ano, e aí elas ficam expostas na rua 2, 3 dias. Meio que tem que desencanar de cheiro de roupa limpa. Então, para evitar esse problema, compramos uma máquina de lavar e secar. E aí nossa roupa nunca ficou exposta para qualquer pessoa na rua. E com a máquina achei até que tinha eliminado um outro problema: a falta do tanque. Nenhuma casa aqui tem, é a coisa mais rara. E quem diria que um dia eu ia sentir falta de um! Mas me deixe explicar:
Aqui as ruas são LOTADAS de cocô de cachorro. É algo fora do comum, você tem que caminhar na rua olhando para o chão. E direto vejo aquela borrada de quem pisou e saiu esfregando o sapato para tentar limpar. Sempre penso quando vejo isso: a pessoa chega em casa e faz o quê? Não tem tanque para lavar essa nojeira. E aí? Bom, isso aconteceu comigo essa semana. Depois de 8 meses aqui atenta ao chão, aconteceu. Pisei no cocô. Amaldiçoei o dono do cachorro. A minha sorte é que foi de leve e meu azar é que eu tava indo pra casa. Não tinha o dia todo para tentar limpar aquela merda. Cheguei em casa e tirei o tenis do lado de fora. Deixei lá até o dia seguinte quando ia pensar o que fazer. Me recusei limpar ele na banheira ou no bidê. Resumindo, saí com ele no dia seguinte e limpei na rua. O ó. Mas se soubesse o endereço do dono do cachorro limpava lá, na porta dele.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Hora do almoço

As vezes até sobra um tempinho para tirar fotos...

Olha que coisa mais linda...

Amigo é aquele que não tenta te tirar do vício. Pelo contrário, dá uma forcinha..Obrigada Pati e André!!

Algumas vezes já passei perrengue de não conseguir abrir um vinho. Me lembro muito bem de 2 vezes. Uma foi com a Helena, quando a única garrafa de vinho que a gente tinha para acompanhar um jantar maravilhoso que ela tinha feito, resolveu não abrir. O mais bizarro é que partiu o abridor, não a rolha. Ficou lá enfiada na rolha aquela parte que enrosca, sem termos por onde puxar. Até chave de fenda rolou.
E da outra vez com a Marilu e a Camila. A rolha partiu e fizemos tanta força, que quando a outra metade dela saiu, saiu também meio conteúdo da garrafa. Tingindo de vinho as nossas roupas e uma grande parte da parede do meu apê.
Mas agora tudo isso é parte do passado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Minúsculo

Quando estava procurando um apartamento para morar vi o menor box para tomar banho da minha vida. Era um cubículo que para entrar você tinha que colar as palmas da mão na lateral do corpo com os braços retos. E para se ensaboar só Deus sabe! Ele era na verdade um buraco estreito no meio de uma parede. Um horror. Lembro que o apartamento era lindo, em Alfama (o bairro mais antigo daqui), com uma vista do Tejo da varanda que circundava metade do apê. Uma coisa! Mas enquanto o Rafa olhava o restante da casa, eu ficava parada olhando fixamente para aquele box, pensando: “eu não vou conseguir, eu não vou conseguir”. Era claustrofóbico. E aí, deixamos o apê pra lá em nome da higiene diária e indispensável: o banho de todos os dias. Que eu definitivamente não ia conseguir fazer ali.
Mas porque eu lembrei disso: na sexta-feira fui numa médica que ficava no terceiro andar de um edifício antigo. Quando abri a porta do elevador, fechei imaginando um engano. Foi tão automático! Nem pensei na hora, só fechei a porta e comecei procurar o elevador mesmo. E vi que não tinha opção. Era aquele. Na verdade, era o box daquela casa, só que ele subia e descia e o pior de tudo: fechava porta!!!! Juro, era tão pequeno, só cabia uma pessoa. Não tinha espelho, era o menor elevador do mundo, o mais estreito. Fiz o improvável, resolvi ir nele mesmo. Ele era tão lento que durante o caminho eu só pensava na reportagem aí de cima, que tinha lido há um tempo atrás. Quando finalmente cheguei no terceiro andar, a porta começou abrir e o que eu via era a textura de uma parede. Minha perna amoleceu, quase comecei a gritar, quando percebi que era a porta do andar, mas com textura de tinta de parede. Pegadinha feia!
Bom, nem preciso dizer que no fim da consulta desci pela escada. Aliás, como devem fazer todas as pacientes grávidas da minha ginecologista. Porque depois dos 3 meses duvido que alguma delas caiba lá.