Quando estava procurando um apartamento para morar vi o menor box para tomar banho da minha vida. Era um cubículo que para entrar você tinha que colar as palmas da mão na lateral do corpo com os braços retos. E para se ensaboar só Deus sabe! Ele era na verdade um buraco estreito no meio de uma parede. Um horror. Lembro que o apartamento era lindo, em Alfama (o bairro mais antigo daqui), com uma vista do Tejo da varanda que circundava metade do apê. Uma coisa! Mas enquanto o Rafa olhava o restante da casa, eu ficava parada olhando fixamente para aquele box, pensando: “eu não vou conseguir, eu não vou conseguir”. Era claustrofóbico. E aí, deixamos o apê pra lá em nome da higiene diária e indispensável: o banho de todos os dias. Que eu definitivamente não ia conseguir fazer ali.
Mas porque eu lembrei disso: na sexta-feira fui numa médica que ficava no terceiro andar de um edifício antigo. Quando abri a porta do elevador, fechei imaginando um engano. Foi tão automático! Nem pensei na hora, só fechei a porta e comecei procurar o elevador mesmo. E vi que não tinha opção. Era aquele. Na verdade, era o box daquela casa, só que ele subia e descia e o pior de tudo: fechava porta!!!! Juro, era tão pequeno, só cabia uma pessoa. Não tinha espelho, era o menor elevador do mundo, o mais estreito. Fiz o improvável, resolvi ir nele mesmo. Ele era tão lento que durante o caminho eu só pensava na reportagem aí de cima, que tinha lido há um tempo atrás. Quando finalmente cheguei no terceiro andar, a porta começou abrir e o que eu via era a textura de uma parede. Minha perna amoleceu, quase comecei a gritar, quando percebi que era a porta do andar, mas com textura de tinta de parede. Pegadinha feia!
Bom, nem preciso dizer que no fim da consulta desci pela escada. Aliás, como devem fazer todas as pacientes grávidas da minha ginecologista. Porque depois dos 3 meses duvido que alguma delas caiba lá.
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Um comentário:
Maravilhoso. Viu só como eui leio?
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