segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O armário

O engraçado de morar com namorado é descobrir uma série de coisas sobre você mesma que nem se dava conta. Quando meus pais me diziam que o meu quarto estava um horror de bagunça, que quando eu secava o cabelo, ficava um monte na pia, confesso que não ligava muito. Porque sei lá, você não vai achar nunca que está incomodando o suficiente os seus pais para eles sairem de casa ou pedirem pra você sair. Não, calma, não que isso tenha acontecido comigo e com o Rafa, mas desagradar um namorado, é diferente de desagradar pai e mãe. Porque vira uma discussão que vira um problema. Quando seus pais te mandam voltar lá e recolher a sujeira ou arrumar a bagunça, você fala uns palavrões e vai. Já se é o seu namorado pedindo, peraí! Qual é? E o pé sujo no sofá e a toalha molhada que ele largou..vixi, não acaba mais.
É claro que quando eu e o Rafa fomos morar juntos, apareceram um monte de mini-defeitinhos escondidos. E admito, os meus eram bem maiores. Porque eu sou mais bagunceira que ele, mais estabanada e mais desorganizada. E o meu maior obstáculo em arrumação é o meu guarda-roupa. Nunca tive um que ficasse arrumado por mais de 2 dias. Mesmo quando a Elza, minha personal-organizadora-de-armário ia lá em casa, dobrar, passar e fazer milagrosamente toda a roupa caber dentro dele novo. E aqui em Lisboa, com o figurino pela metade (só trouxe 2 malinhas) mas também com armários pela metade, tudo continuou exatamente igualzinho ao Brasil. Uma bagunça de abrir a porta e correr o risco de ser esmagado por um casaco Zara.
E foi com a crença de alguém que dá dinheiro para bêbado comprar pão, que o Rafa deu um armário inteirinho só pra mim. Para eu poder organizar a minha bagunça. Ninguém tava botando uma fé que eu ia manter aquilo organizado. E tá impecável até agora.
Mãe, já faz quase 1 mês. Tá orgulhosa?

sábado, 24 de novembro de 2007

Lá fora é outono...

mas aqui dentro continua primavera.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Maior abandonado no telejornal


Telejornal aqui é uma coisa à parte, como demonstra esse vídeo acima.
Mas o lance mais comum é a falta de notícia na tv. Eles possuem não sei quantos telejornais por dia, mas não tem nada para dizer. Não acontece muita coisa por aqui. É sério! A primeira vez que me deparei com isso foi almoçando com um amigo nosso que é diretor de um telejornal. Do terraço onde estávamos, vimos um aviãozinho passar muito baixo, e o garçom comentou que viu um cair assim. O nosso amigo pegou a conversa andando e saiu da mesa para falar ao celular. Voltou depois e disse que já tinha avisado o pessoal da redação. Só depois ele percebeu que o avião não tava caindo, só estava muito baixo. Por aí dá para ver que a sede de notícia é grande.
Porém, o mais bizarro foi a cobertura integral da travessia da ponte Vasco da Gama por ciclistas. Foi uma ação que as pessoas pagavam 50€ , participavam da travessia e levavam as bicicletas para casa. Foi muita gente, até o Felipe Escolari, e deu o maior congestionamento. A travessia da ponte que tem 17km foi muito lenta, algumas pessoas sentavam do lado da bike e esperava descongestionar. E a repórter lá, fazendo perguntas durante 2 horas e cacetada de transmissão. E num determinado momento, ela perguntou para um ciclista adolescente:
a repórter: Conte-me lá, você treinou muito para atravessar 17 km?
o garoto: Sim.
a repórter: Como?
o garoto: Andando de bicicleta.
Nessa hora eu desliguei a tv.
Mas as vezes aqui é assim, telejornal e programa humorístico passam na mesma hora.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Um pingo de alegria

Hoje acordamos e não estava chovendo. Felizmente para mim que vou a pé trabalhar e infelizmente para os chinas que vendem guarda-chuva nas esquinas por 5€. Uma porcaria, só nessa semana quebrei dois.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Vivendo e aprendendo

No Brasil eu não estava acostumada a ver tantos idosos sozinhos andando pela rua. Aqui tem vários deles cheios de sacolas, carregados de compras, guarda-chuva e alguns tão corcundas que mal se vê o rosto, só os cabelinhos brancos. E quanto mais ando por essas ruas, agora em época de chuva então, que estão escorregadias, mais me impressiono com eles. Me parecem destemidos, menos frágeis. São velhinhos diferentes dos que estamos acostumados.Talvez por ter convivido com menos idosos e a minha referência ser meus avós fofos, estranho quando vejo aqui uns velhinhos folgados, abusados mesmo! Na cara lavada!
Fomos um dia, eu e o Rafa, numa ópera que seria dentro do Museu dos Coches. Era gratuita. E quando chegamos na porta tinha uma fila razoável. Estava um sol forte e vários idosos que estavam ali de pé começaram a procurar uma sombra na parte mais adiante da fila. Até aí tudo bem. Mas quando a fila andava, meio como quem não quer nada, eles se enfiavam nela ali mesmo. Fazendo a maior confusão. Eles sabem que não é argumento suficiente ser idoso, quando o objetivo é passar na frente de outro tão idoso quanto. Então, eles sacaneiam uns aos outros mesmo. Até acho que eles deveriam entrar antes, mas não tem como abrir exceção, senão 90% da fila teria o mesmo direito.
Depois, quando era a nossa vez de pegar o ingresso, um casal de idosos pediu para passar na nossa frente, pois não iam à ópera e sim à exposição do museu. Quando passaram, o homem da bilheteria perguntou se eles iam mesmo ao museu. Disseram que sim e entraram. Quando começou a ópera os dois estavam sentados do nosso lado.
Mas sabe o que é? Eles são a maioria aqui. Eles que mandam. E é melhor que nenhum deles esteja lendo esse post.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O sabor da vitória

Metade das pessoas aqui torcem pelo Benfica e a outra metade pelo Sporting. Mas o time adotado pela maioria brasileira que vive aqui é o Belenense. Um time que digamos, não dá muitas razões para se orgulhar. Fomos há uns meses atrás assistir um jogo do Belenense no estádio. E simplesmente não dá para vestir a camisola do time, como eles dizem aqui. O que eu entendo de futebol? O suficiente para saber que a bola tem que estar mais tempo no campo de ataque do que da defesa. Mas parece que o Belenense, naquele dia pelo menos, tinha se esquecido disso. Nos 90 minutos houveram umas 2 tentativas de chute à gol. E aí, eu e o Rafa percebemos que esse definitivamente não ia ser nosso time do coração. Começamos então a torcer por outra coisa: para o homem que vendia as queijadinhas de Sintra passar perto da gente na arquibancada. E depois para chegar logo o intervalo para comer o cachorro-quente. E depois para o jogo acabar logo para irmos comer os pastéis de Belém. A gulodice era tanta que quando deu os 90 minutos levantamos e fomos embora rapidinho. E sentadinhos lá, já com nossos pastéis de Belém na mesa, olhamos para a tv e vimos o Belenense ganhar a partida nos pênaltis que se seguiram. Nós nem sabíamos que era decisão. Foi vergonhoso! Realmente a única coisa de Belém que conseguimos ser fiéis é ao pastel mesmo!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Fim de semana

Fotos de Baleal onde fomos neste fim de semana. As casas são todas branquinhas e bem em cima do mar. Um bom lugar para se passar os fins de semana..