quarta-feira, 11 de março de 2009

Toda espécie

Morar num prédio antigo aqui é uma experiência diferente. Como são poucos apartamentos (só 4 andares) você fica sabendo da vida de todo mundo. No térreo mora uma mulher doente com uma enfermeira. Eu sempre cruzava com uma mulher simpática que me cumprimentava com muita dificuldade de falar. Sempre pensei que esta fosse a mulher doente, mas na verdade ela é a enfermeira da velhinha que não sai mais do apartamento há anos. No rés-do-chão mora a famosa D. Madalena, a primeira que conheci no prédio. No 2º andar mora esporadicamente um músico drogado (segundo D. Madalena). A casa é da mãe dele. No terceiro andar mora o casal boitatá que não trabalha e só fica em casa escutando música no último volume. O Rafa já teve que descer às 6 da manhã para pedir para desligar ou abaixar o Iron Maiden que estava tocando. Ultimamente, nós só batemos o pé com força e eles diminuem o som. Do nosso lado, mora a nova dona do nosso apartamento. Uma solteira simpática, bem sucedida e muito rica.
O nosso prédio é uma amostra de quase toda a espécie que existe em Lisboa. De baixo pra cima: A viúva, a velhinha doente, o solteiro drogado, o casal boitatá, a bem sucedida e o casal de imigrantes brasileiros. Só falta o casal classe média com 3 filhos.


E há alguns dias, descobri que no primeiro andar funcionava um asilo! Vimos retirarem do apartamento (gigante por sinal) umas camas velhas e umas cadeiras de roda. D. madalena nos explicou o que se passava.
Comparando com o prédio de solteiros, tipo o seriado Melrose, que eu morava em Moema, esse aqui tá parecendo um filme de terror.

Um comentário:

Helena Cortez disse...

rés da rua? portuguesa!!!