Há 2 semanas atrás fomos roubados. Um episódio triste que não merece destaque em um post. Enfim, poderia até começar achar que Lisboa não é tão tranquila assim, que a criminalidade está em todo lugar. Mas aí que tenho que levar em conta as 2 horas que passamos na delegacia prestando queixa. O policial que estava redigindo nosso BO também estava atendendo às chamadas. E o telefone tocou muitas vezes e alguns policias foram enviados para averiguar as seguintes ocorrências:
- conversar com o vizinho de um velhinho, para ele parar de bater a porta a todo momento
- pedir para um vizinho de uma velhinha fazer o cachorro se calar
E estes 2 velhinhos não paravam de ligar, perguntando se a polícia já estava indo ou que tinha que enviar de novo, que o cachorro tinha voltado a incomodar...E mais de 8 vezes com certeza o policial atendeu estes dois velhinhos assim:
- 14ª Esquadra, chefe Jesus falando, boa noite.
E logo se seguia de ....-ah! a senhora de novo!
Numa das vezes o policial já com intimidade disse para a velhinha que ela tinha que parar de ligar, que até o médico dela já havia dado queixa.
Perguntei para o policial se era sempre assim. E ele me disse que o que mais acontece na delegacia é esse tipo de coisa. Gente reclamando de barulho. Mas o problema, segundo ele, são os velhinhos que ficam ligando por qualquer coisa. A velhinha daquele dia era uma figura famosa lá. Sempre que alguém deixava um celular carregando na casa dela, ela não parava de ligar, até acabar a bateria. Por qualquer motivo.
Olhei para os policias parados ali e tive até um pouco de dó. Todos bem vestidos, equipados, prontos pra subir um morro, prender uns bandidos. E que nada, marasmo total! Mas pelo menos saí de lá achando Lisboa uma cidade segura de novo.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
domingo, 6 de janeiro de 2008
Explicando o Natal
Foi muito difícil encontrar um lugar para passar o Natal. Tudo fecha aqui. E o engraçado é que cada vez que ligávamos para um restaurante e perguntávamos se estaria aberto para a ceia, a resposta que tínhamos era uma explicação completa: "Não abrimos no Natal, a senhora tem que ver que os nossos funcionários também tem família e o Natal é uma festa...blá. blá, blá". Isso é uma coisa que sempre acontece aqui: a explicação. Por exemplo, outro dia, numa loja estilo Poupa Tempo, vi um homem sentado na escada esperando a sua vez. Um guarda foi até ele e disse: "As escadas são feitas para subir e descer, não para sentar". É sempre assim.
Mas voltando ao Natal, resolvemos ir para um hotel em Sintra. Para não ter problema com nada fechado. Fomos ao Palácio de Seteais e tivemos nosso primeiro Natal Romântico. O hotel estava praticamente vazio e o que poderia ser triste, foi a nossa sorte. Fomos mimados por todo mundo. Assim que entramos recebemos no quarto uma bandeja cheia de frutas, doces típicos de Sintra, uma garrafa de vinho do porto e uma garrafa de champanhe.
Mas na hora da ceia, descobrimos que não teria ceia. Teria um jantar que se encerraria às 21h, seguido da explicação que os funcionários do hotel também tem família...
Mas voltando ao Natal, resolvemos ir para um hotel em Sintra. Para não ter problema com nada fechado. Fomos ao Palácio de Seteais e tivemos nosso primeiro Natal Romântico. O hotel estava praticamente vazio e o que poderia ser triste, foi a nossa sorte. Fomos mimados por todo mundo. Assim que entramos recebemos no quarto uma bandeja cheia de frutas, doces típicos de Sintra, uma garrafa de vinho do porto e uma garrafa de champanhe.
Mas na hora da ceia, descobrimos que não teria ceia. Teria um jantar que se encerraria às 21h, seguido da explicação que os funcionários do hotel também tem família...
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
A primeira mudança
As vezes o ano vira e a gente não dá pela mudança. O dia 1º de janeiro parece mais uma sequência de dezembro, por mais que a gente pense que será tudo novo. Mas pelo menos ao meu redor pude perceber uma mudança radical do último dia do ano de 2007 para o primeiro de 2008. Antes de ontem entrou em vigor a lei que proíbe fumar em qualquer lugar público fechado. Só estando aqui para sentir a diferença que isso faz. É uma mudança e tanto! Aqui nunca houve separação entre fumantes e não fumantes. E nem seria possível pelo tamanho das tascas portuguesas. Mas como todo mundo que viaja à Europa percebe, aqui o povo fuma demais, ou na minha teoria, fuma perto demais. Por isso estou feliz que essa lei “pegou”. Porque aqui também aparece essa dúvida: se a lei vai pegar ou não. E como no Brasil, o que faz a coisa ser levada a sério é a multa alta (de até 750€ para o fumante e 10.000€ para o restaurante) e a fiscalização.
E agora com essa lei tenho mais certeza ainda que fumar mata. Porque com o frio que está fazendo, sair de um lugar quentinho para encher o pulmão de fumaça e ar gelado é para quem está meio desiludido com a vida. Só pode ser.
E agora com essa lei tenho mais certeza ainda que fumar mata. Porque com o frio que está fazendo, sair de um lugar quentinho para encher o pulmão de fumaça e ar gelado é para quem está meio desiludido com a vida. Só pode ser.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Uma casa portuguesa com certeza
Essa foi a nossa mais valiosa conquista de 2007. Não é uma casa, é nosso porto-seguro
Nesse ano descobrimos que casa dá trabalho. Que sofá suja, que mesa de madeira mancha, que comida estraga na geladeira, que forno é temperamental, que tanque faz falta, que roupa estraga na máquina. Nossa casa é nosso filho. Dá trabalho e sai caro. Mas no fim é nosso orgulho.
Tivemos muita sorte em achar essa casa. Uma casa num prédio típico português, com janelas portuguesas, mas sem a idade das casas daqui. É toda reformada, com bom gosto do dono, um arquiteto. Ainda tem algumas coisas que queremos fazer nela, mas não existe mais uma lista de coisas. Agora são só detalhes.
Esta é a minha segunda casa, sem contar com a dos meus pais. E o engraçado é constatar que ela não tem absolutamente nada a ver com meu apê antigo. Uma das poucas coisas que trouxe, já doei num bazar da agência. Não combina mais, não tem a ver com essa casa. Não é mais um apê vermelho e branco, com detalhes laranja, moderno. Nem é feminino como aquele, nem parece um apê prático de mulher solteira. Aqui tem utensílios de cozinha, tem faxineira semanal, tem sofá de três lugares, tem mesa de jantar, tem geladeira cheia de comida. Sinal que a moradora envelheceu um pouquinho. E progrediu um pouquinho também.
Nesse ano descobrimos que casa dá trabalho. Que sofá suja, que mesa de madeira mancha, que comida estraga na geladeira, que forno é temperamental, que tanque faz falta, que roupa estraga na máquina. Nossa casa é nosso filho. Dá trabalho e sai caro. Mas no fim é nosso orgulho.
Tivemos muita sorte em achar essa casa. Uma casa num prédio típico português, com janelas portuguesas, mas sem a idade das casas daqui. É toda reformada, com bom gosto do dono, um arquiteto. Ainda tem algumas coisas que queremos fazer nela, mas não existe mais uma lista de coisas. Agora são só detalhes.
Esta é a minha segunda casa, sem contar com a dos meus pais. E o engraçado é constatar que ela não tem absolutamente nada a ver com meu apê antigo. Uma das poucas coisas que trouxe, já doei num bazar da agência. Não combina mais, não tem a ver com essa casa. Não é mais um apê vermelho e branco, com detalhes laranja, moderno. Nem é feminino como aquele, nem parece um apê prático de mulher solteira. Aqui tem utensílios de cozinha, tem faxineira semanal, tem sofá de três lugares, tem mesa de jantar, tem geladeira cheia de comida. Sinal que a moradora envelheceu um pouquinho. E progrediu um pouquinho também.
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