domingo, 23 de março de 2008

quinta-feira, 20 de março de 2008

Um dia como outro qualquer

Ontem foi o Dia dos Pais aqui e domimgo é Páscoa. Mas se ninguém me diz, passo por estas datas sem nem me dar conta. E isso não é porque meu pai não está aqui ou porque não comprei ovos para ninguém. É porque não tem as Lojas Americanas com um túnel de ovos de chocolate. Não tem mil e uma promoções de celular no Dia dos Pais, nem nada que fique me lembrado a cada 2 minutos que preciso comprar presentes. No dia 1º de junho do ano passado, fui dar uma volta na hora do almoço e vi um cara com uma perna de pau gigante passeando pelas ruas. Perguntei para alguém o que o cara estava fazendo no meio do Chiado e tive a resposta: Hoje é Dia das Crianças!! Acho incrível descobrir as datas especiais no exato dia delas. E isso é mais incrível ainda quando se trata de alguém que trabalha numa agência de publicidade. Eu não recebi nenhum briefing pedindo para vender coisa alguma para pai nenhum, para criança nenhuma, nada. E não devo ter sido a única publicitária, pois vi uma ou outra coisa pela rua. Uma ou outra vitrine. E como todo publicitário, que no fundo, pensa mais como consumidor, acho fantástico. Quero ser menos bombardeada com publicidade. Quero consumir menos. Quero menos poluição visual. Só não posso fazer disso uma máxima, porque senão o meu salário no fim do mês não vem.

quinta-feira, 13 de março de 2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

11 meses de vida portuguesa

Muito de se gostar de um lugar quando viajamos, é não ter a obrigação de viver nele. Essa frase eu li em um livro do Alain de Botton, "A arte de viajar". E andei pensando nela. Porque hoje faz exatamente 11 meses que estamos aqui. E aí fiz um teste: perguntei ao Rafa como ele se sentiria se o nosso prazo aqui acabasse no mês que vem. 1 ano em Lisboa. E ele disse que seria pouco, que não teria dado tempo de aproveitar bem. E aí é que a frase do tal livro faz sentido. Se eu fosse embora agora só veria as coisas boas que estaria deixando para trás. E estar de passagem é isso, aproveitar ao máximo sem ter obrigação de se adaptar, sem se aprofundar muito. Enquanto que escolher viver sem data de volta, é outra coisa. Você repara mais nas diferenças, nem sempre acha graça delas e muitas vezes se revolta com coisas que em seu país funcionava melhor. Por exemplo, todo mundo que passa por aqui acha uma graça os varais cheios de roupa. Todo mundo quer tirar foto assim como eu fiz. Mas aí morando aqui, já me peguei várias vezes reclamando deles. Na volta do trabalho, passo todos os dias por uma calçada onde tenho que desviar ou abaixar a cabeça para não esbarrar nas roupas que estão penduradas. Fora que vejo que elas ficam expostas na chuva e as vezes passam dias até secar novamente. Isso já me dá nojo. Fora que pela quatidade de pombos na rua, imagino que algumas roupas devam ser carimbadas de vez em quando. Ou seja, o varal lotado de roupas já perdeu metade do romantismo. E se deixar, por aí vai. O ideal mesmo é preservar um pouco daquele encantamento do início. E tirar partido da experiência que só morando se adquire.

domingo, 9 de março de 2008

Sines

Um bate e volta no sábado. Nova paisagem e novos ares.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Brunch e gamão

Com muito orgulho

Passei grande parte da minha adolescência e até pouco tempo atrás ouvindo só música americana, lendo só literatura estrangeira. E o que eu vou dizer é tão cliché e tão óbvio que dá vergonha. Mas foi só morar aqui para começar ouvir muita bossa nova e ler autores brasileiros. E não sou só eu. Na semana passada um amigo meu brasileiro aqui da agência veio me perguntar se eu conhecia algum livro sobre a história musical do Brasil. Talvez tenha uma maturidade e uma época certa para cada pessoa apreciar determinada coisa. Mas a verdade é que muitas vezes aqui nos deparamos com um português que conhece melhor nosso país do que nós mesmos. Que conhece nossos compositores, nossos autores, nossa história. E isso nos faz sentir tão sem raízes, tão sem cultura.
Nos 2 últimos fins de semana fui em shows de bossa nova. E senti muito orgulho de ser brasileira com uma pontinha de tristeza de não ter sido mais brasileira antes.